Navegar com uma bússola devidamente calibrada

Na Vasco Consult gostamos de viajar o que, com um nome como este, não surpreende ninguém. E agora que adicionámos um ramo português à nossa organização, voltamos às nossas raízes: ousar empreender, ousar descobrir novas rotas. Embora Vasco da Gama se fez ao mar à descoberta do caminho para a Índia, para nós trata-se sempre de encontrar a melhor forma de ajudar empresas e organizações. E, para alcançarmos este objetivo, elaboramos, por exemplo, um bom roadmap o que nos faz navegar melhor.

Praticamente todas as organizações utilizam um roadmap para registar as metas estratégicas e as iniciativas para tal necessárias num plano anual ou plurianual. Quer seja um CTO que apresenta os seus planos de inovação e tecnologia para os próximos dois anos aos seus colegas, ou o gestor de produtos que compartilha os seus novos recursos com o cliente num plano trimestral, provavelmente que isto foi feito com base num roadmap. O roadmap é um instrumento importante para mostrar a visão e as metas para o próximo período. Para tal, é necessário que a estratégia e a visão sejam claramente definidas. Se não for este o caso, o primeiro passo para a empresa ou organização é refinar essa visão e objetivos, pois quando se sabe o caminho a seguir, também se sabe qual é o roteiro necessário.

Assim que se erguem os olhos para o horizonte, começa-se com a elaboração da versão inicial. O roadmap enche-se de iniciativas planeadas no próprio tempo, navegando com uma bússola bem calibrada, atenta às interdependências. Mas como se pode garantir que o mapa de rotas se torne, por assim dizer, navegável, de modo que também se possa navegar com ele sem problemas? Um roadmap só é adequado e eficaz depois de se definir prioridades e fazer escolhas claras. A importância de estabelecer prioridades expõe-se nas três seguintes razões.

Em primeiro lugar, um roadmap desempenha um papel nas decisões relacionadas com a aplicação do orçamento e dos recursos. Neste caso é importante distinguir no roadmap os investimentos indispensáveis das iniciativas “boas de ter” mas dispensáveis, e que só devem ser realizadas depois de sobrar dinheiro e capacidade. Em segundo lugar, um roadmap rígido garante o foco dentro da empresa. Assim, os funcionários sabem o que têm de fazer e quando. Para além disso, do ponto de vista externo, os clientes da organização também estão ao corrente dos passos a tomar. Por fim, um roadmap claro também mantém as equipas da empresa motivadas. Quando as prioridades são adequadamente fixadas no roadmap, este é considerado realista e recebe o apoio dos funcionários. Agora que entendemos melhor a importância da priorização, surge a pergunta: como definir as prioridades certas num roadmap repleto de ideias fantásticas e itens incrivelmente importantes? A definição de prioridades e a tomada de decisões difíceis é provavelmente a parte mais difícil na configuração e manutenção do roadmap. Por exemplo, os empresários estão sempre convencidos de que as próprias ideias são os projetos mais importantes do roadmap. Além disso, são sempre introduzidas ideias das quais não se sabe ao certo em que medida estas irão contribuir para atingir os objetivos do roadmap. Estes são os desafios a enfrentar durante a elaboração de um roadmap utilizável. Abaixo poderá consultar a seguinte checklist:

- A ideia em questão contribui diretamente para atingir os objetivos definidos? Em caso negativo, coloque-se a questão se esta ideia deve ser incluída no roadmap.
- Está claro em que medida a ideia em questão contribui para os objetivos definidos e existe alguma fundamentação para tal? Neste caso, ter apenas uma sensação ou estabelecer pressupostos só lhe criará problemas. Com um caso de negócios bem fundamentado, não se irá deparar com estas questões. Se aplicar esta técnica a todas as iniciativas, deixará de confundir alhos com bugalhos.
- Existe um proprietário? Cada iniciativa no seu roadmap necessita de um patrocinador que entenda a importância da iniciativa e lute para que esta seja realizada.
- A ideia em questão deve ser incluída no roadmap? Existem inúmeras ideias fantásticas, mas pelo facto do roadmap ter uma certa capacidade e um planeamento difícil, é importantíssimo ter em conta a disponibilidade de pessoas e recursos financeiros. Portanto, colocar algo no roadmap sem que haja necessidade para tal não é uma opção.

Desta forma – mediante o refinamento e a fixação de prioridades - acabará por obter um roadmap viável e credível. Será que isto exclui a possibilidade de efetuar modificações no roadmap após a sua elaboração? Não acredito que seja esse o caso, porque existirão sempre novas descobertas. Além disso, estão sempre a ser iniciados novos projetos sendo, por consequência, necessário proceder a ajustamentos de tempos em tempos. No entanto, um roadmap adequadamente elaborado desde o início mantém o processo em marcha. Navegar com uma bússola bem calibrada, permite-lhe descobrir o mundo. Com outras palavras, faça aquilo que sabe fazer bem como empresa ou organização.